Você sabia que o que você pensa e como você pensa determina seu peso corporal?

Da mesma maneira que acontece com seus relacionamentos, onde o que e como você pensa determina que tipo de relação você costuma estabelecer e quais pessoas costuma atrair. Com o dinheiro o processo é o mesmo, ser rico ou pobre pode ser fruto de sua condição familiar, porém permanecer nela ou não é determinado pelo seu modelo mental.

O modelo mental é formado por seu sistema de crenças e valores e expressos em seus pensamentos e nas interpretações que você dá ao que acontece com você. É por este motivo que as pessoas interpretam e lidam de maneira diferente com situações semelhantes. Podemos comparar o modelo mental com um software, onde tudo que nos acontece é interpretado de acordo com sua programação.

 Entendendo a Tríade Cognitiva de Aaron Beck, fica fácil entender sua dinâmica. Segundo Beck, pensamentos geram sentimentos que irão gerar comportamentos, que por sua vez geram consequências que levam a repetição do ciclo e a padronização de modelos de pensamento.

E na questão do peso, como funciona essa história? Desde criança você foi recebendo estímulos através de orientações, os exemplos, a alimentação rotineira de sua família e dessa forma foi criando um sistema de crenças com relação à comida.

Sua família valorizava bons pratos? A comida era usada como recompensa? As refeições eram momentos de prazer? Você sempre recebeu informações do que era bom comer para saúde?

A forma com que sua família lida e se relaciona com a alimentação diz muito sobre seu modelo mental alimentar. É claro, que embora quando crianças não tenhamos a capacidade de avaliar se aquele modelo nos será benéfico ou não no futuro, apenas o absorvemos, na adolescência e na fase adulta essa capacidade já está formada e cabe a nós avaliarmos se a forma com que nos relacionamos com a comida tem nos dado algum prejuízo, em termos de saúde e autoestima e reprogramá-lo.

Muitas pessoas passam anos tentando emagrecer através de diversas dietas sem obter sucesso, muitas até conseguem alcançar seus objetivos, mas logo retrocedem. E isso acontece devido seu modelo mental.

Vamos pensar no seguinte exemplo, pense em uma festa de aniversário de criança com uma mesa farta de docinhos e salgadinhos apetitosos. As pessoas vão chegando à festa, cumprimentando-se, conversando, sempre dando aquela espiadinha nas guloseimas. Geralmente quem pensa gordo começa a ficar ansioso para que a mesa seja logo liberada para o “ataque”, diferente de quem pensa magro, que embora tenha notado a mesa, está aproveitando para curtir os momentos em amigos, sem a mesma ansiedade. Mesa liberada: quem pensa gordo não pensa duas vezes e segue para mesa, pega o primeiro salgadinho que encontra e come já procurando qual será o próximo a ir para sua boca. Não há degustação e prazer naquele primeiro salgado, há ansiedade e compulsão por provar todos que conseguir.

Quem pensa magro, por sua vez segue a seguinte tendência: chega à mesa, aprecia as opções e escolhe aquela que mais lhe apetecer, morde sentindo o sabor, o cheiro, mastiga devagar, apreciando e se deliciando com cada mordida e só após comer o primeiro pensará em pegar o segundo, caso não decida dar mais uma voltinha no salão para cumprimentar seus conhecidos.

Óbvio que nem todas as pessoas agem da forma descrita. Este é um exemplo clássico de como agem pessoas com modelos mentais diferentes. O que faz uma pessoa sentir-se ansiosa e compulsiva diante da mesa é justamente seu sistema de crenças, a forma com que se relaciona com a comida, e é justamente isso que a faz engordar e não conseguir mudar seus hábitos alimentares.

No próximo texto indicaremos as diferenças clássicas entre tais modelos e as estratégias para você mudar seu modelo mental e emagrecer sua mente.

Jamille Secchi – Psicologia e Coach Fitness – CRP/SC: 12/04393